
A noite é companheira dos loucos de amor
Dos desiludidos de amor
Dos sem compaixão
A imensidão negra da noite é meu cenário
Onde atuo livre, intensamente
A madrugada é silenciosa, tétrica...
O silêncio é mortal
E ele me fita arduamente como línguas de fogo
Crepitantes, incandescentes
E ao me olhar, o silêncio me examina, me testa!
E pergunta quem sou.
“Sou uma mulher” __ Respondo.
Não sou boa nem má;
Não sou inocente nem tampouco culpada;
Não sou prisioneira nem livre;
Não estou viva nem morta;
Sou apenas uma mulher que ama!
Ás vezes me pinto nuvem;
Ás vezes me pinto sangue qual carmim;
Ás vezes me pinto coisas que nem existem mais
Nem na lembrança...
Mas sempre sou triste, solitária, única.
Ferida de mortal pesar
É tudo tão vago... evasivo...
Um chorar aflito, copioso...
Que jamais se extingue.
Então o silêncio disse tal como um sopro de desesperança
Borrifando cinzas pela noite:
“Seja Só!”.
E só estou, a vagar.
Juliana Neri
2006
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