quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O tempo passou...


E fazia tempo que não dava uma passadinha por aqui, então resolvi dar uma olhadela e... definitivamente andei muito enevoada por esses meses...
Mas passou!
Já estou mais estabilizada emocionalmente, já se passaram seis meses e alguns dias da passagem da minha mãe, estou me acostumando à regrada vida, tenho um emprego abençoado, uma pessoa linda ao meu lado, ando de novo apaixonadíssima pelo Fê (não o Pessoa, mas o Anitelli), Resolví que os post seguintes devem ter uma cor mais viva, um tom mais alegre,afinal, estou viva!
Definitivamente falar de coisa boa as atrai, então... Que venham as coisas boas então... tão boas como a nova música d'O Teatro Mágico: Quermesse!
"Minha nossa, é só ficar longe que logo eu penso em você"

quarta-feira, 18 de maio de 2011


No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...
Mário Quintana

domingo, 27 de março de 2011

Minha mãe


De noite a solidão vem me assaltar
De noite canto mais alto pra não chorar
De dia a saudade quer me acordar mais cedo
Mas quem me conhece aprende a me esperar

Eu nasci de noite filha de uma estrela
A sereia canta só pra me ninar
Eu cresci na noite como a lua cheia
Afastando nuvem pra te iluminar

Água de cheiro pra Iemanjá
A onda vai pra depois voltar
Larguei meus sonhos em alto mar
Quem me conhece aprende a me esperar
Larguei meus sonhos em alto mar
Meu peso em ouro pra quem achar

Luiza Posse

quarta-feira, 2 de março de 2011

Minha mãe...


Quando eu era criança minha mãe sempre me deixava dormir do lado da cama que ficava encostado na parede.
Ela sempre me deixava ficar acordada até tarde, mesmo sabendo que eu iria acordar cedo pra ir pra escola no dia seguinte.
Minha mãe sempre me deixava comer um monte de besteiras, e até comia comigo, quando eu oferecia!
Minha mãe às vezes me deixava louca com tanto falatório!
Ela me deixava o cartão do banco cedinho pra eu tirar o dnheirinho dela todo mês...
Minha mãe deixava as rações dos cachorros sempre arrumadinhas, e nunca lhes faltava nada!
Ela não me deixava tomar banho sem dar batidinhas na janelado banheiro e eu subir no banco pra conversar com ela da janela...
Mas domingo, às vinte e três horas e cinco minutos, esse verbo deixou de ter objeto, pois nessa data, 27/02/2011, ela simplesmente me deixou...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

E de novo...


Desde ontem nem sei o que pensar...
De novo minha mãe está muito mal, só tosse o tempo todo, a infecção urinária está deixando-a totalmente desorientada, tirando o pouco de lucidez que ainda restava a ela, não quer comer nada e nem sabe mais conversar, o maldito plano de saúde não sai, e tenho minhas dúvidas sobre o fato de que quando sair, ainda vai servir pra alguma coisa,e já consigo até sentir o cheiro de novo daquele lugar imundo e odioso onde ela ficou e que muitos chamam de hospital público...
Juro que não sei o que é pior: Ter de levá-la de novo praquele inferno, ou deixá-la morrer em casa, já que se a situação piorar de novo como da primeira vez, não vai fazer muita diferença o local onde ela esteja...
Queria muito ter a força e a paciência que muitos esperam de mim... queria muito ter a fé e a sabedoria, e ter a calma que tanto necessito, mas de quando em vez só consigo perguntar onde é que está Deus nas horas em que eu peço ajuda, peço saúde pra minha mãe e que ela melhore pelo menos um pouco...
Sei que é horrendo dizer isso, mas ás vezes me sinto tão sozinha nesse mundo, ja que o grande pai dos pais não parece ter um tempinho pra mim...
Sei também que não deveria blasfemar, afinal acabei de arrumar o emprego dos meus sonhos, e quero muito fazer de tudo para merecê-lo, mas eu também queria ter minha mãe de volta, como ela era em novembro, por exemplo... será que pedir tanto assim?
Ter minha pequena família em paz, com saúde e feliz.
Será que é pedir demais?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O próprio umbigo.


Com o final de ano horrível que eu passei, tendo minha mãe na UTI e achando realmente que ela iria embora, houve certas ocasiões em que eu achei que carregava todo o sofrimento do mundo sozinha... Lêdo engano!
Procurando algum esclarecimento sobre as "escaras, ou úlceras de pressão, que são essas feridas que dão em pessoas que ficam muito tempo deitadas, encontrei este blog: http://caminhodepedras.wordpress.com/
Comecei a ler vários post e fui percebendo que olhar só para o próprio umbigo é, além de mega egoísta, ridículo!
A autora desse blog passou por coisas horríveis, muito piores do que as que eu passei, e no final do caminho, ela não teve a mesma sorte que eu, de poder levar curado para casa o pai que estava doente...
E foi lendo este blog que eu parei de achar que eu era uma mártir e pensei que como ela, inúmeras pessoas sofrem, e muito mais que eu... então, que tal parar de se lamentar e colocar no lugar dos choramingos um bom sorriso no rosto e ir ajudar a quem precisa, pelo menos com palavras de conforto?
Faça isso, e a recompensa é linda!

Bênçãos...


Sabe... nunca soube muito bem como isso funciona na minha vida, mas sempre que eu me vejo na escuridão, em total desalinho com meus anseios e prioridades, me vem como uma chuva refrescante, alguma bênção.
No final do ano, com todo o desespero de quase ter perdido minha mãe, e nesse início de ano, tendo de fato perdido fisicamente o meu melhor amigo, ainda houve um fato não mencionado por aqui: Perdí meu emprego numa escola que eu tanto gostava...
Tentei me resignar, pois fui realmente super profissional enquanto lá eu estava, e pensei no fato de que com minha mãe acamada e mega dependente, eu não conseguiria mesmo trabalhar tão longe, por mais que eu gostasse, pois minha mente não iria me acompanhar, estaria aqui em casa, com ela...
Estando eu em casa uma bela manhã, dormindo, morrendo de sono por ter acordado durante três vezes na noite para trocar fraldas da mãe, eis que recebo uma ligação muito inesperada: Era o filho da Bete, a dona de uma escola muito renomada aqui em Formosa, e que desde que me formei professora, sempre foi o meu sonho de consumo - O Colégio Visão - Quando ele me falou: "Olá, estamos com o seu currículo aqui, será que você pode vir falar com a gente hoje ainda, lá pelas dez horas?" eu disse meio descrente: posso sim, claro!
Mas fui pensando no seguinde:
Primeiro: o que foi que deu nesse povo de me ligar assim do nada? Pois pra trabalhar lá, é preciso além de um peixe muito bom, ter nome na cidade...
Segundo: gente! meu currículo está lá desde 2007 por aí, já entreguei vários lá, como assim ela me chamou tendo em mãos um currículo mega desatualizado?
Então, pra minha surpresa, pois fui totalmente desarmada de expercativas ou anseios, fui contratada!!
Na hora eu pensei: mas e a minha mãe? como vou conciliar tudo? são todas as manhãs, será que eu consigo?
Mas a marida, como sempre faz, me deu muito apoio, muita força, e mais uma vez foi uma mola propulsora, e então... Sabe o meu sonho de consumo? aquela coisa que você sempre quis no fundinho do seu coração e que já nem fazia mais parte dos seus sonhos, pois você nunca mais se julgou capaz e merecedora daquilo?
Eu conseguí!!!!!

E agora só posso agradecer à Deus por mais uma bênção concedida, e por, mesmo com minha mãe com uma anemia profunda e com uma infecção urinário horrenda, ainda estar forte e certamente com a mesma certeza que eu tenho de que ela vai sair dessa e vai ficar boa!!!
E nada do bendito número da carteirinha do plano de saúde...
Mas eu tenho fé, porque o meu santo sempre foi forte e o meu anjo da guarda é O CARA!!!

domingo, 23 de janeiro de 2011

É tão estranho...


Os Bons Morrem Jovens
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais

Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
Cedo demais!

Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...

Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...

Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste mundo
O verão acabou.

Cedo demais!

"Eu disse e nem assim se pôde evitar..."


E pra confirmar as leis de Murph, meu melhor amigo me deixou, conseguiu o auto-extermínio.
Ninguém faz idéia da dor que é perder o Rafa.
Ele era ( difícil falar dele no passado) meu melhor amigo, aquela pessoa que a gente pode falar de tudo, sobre tudo, por mais bobo ou absurdo que seja a conversa ele nunca te recriminava e sempre ria das suas loucuras...
Ele iria ser o pai dos meus filhos, ele era um dos meus pouquíssimos portos seguros, meu grandalhão palhaço que sempre me fazia rir...
Espero de verdade que ele fique bem e que quando a gente se encontrar, ele esteja muito bem...
Saudades, Rafa... sempre...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Falar do que foi...


No dia 14 de dezembro do ano passado - 2010 - minha mãe ficou muito mal e teve de ser hospitalizada, a princípio levamos ela aqui mesmo em Formosa pra um hospital particular, mas o caso estava se complicando e o médico disse que ela precisaria tomar sangue e não tinham em formosa.
Daí pra frente,levamos ela ao HRAN, e com isso pude passar uma longa einterminável estadia no inferno!
Minha mãe ficou numa maca de 80 centímetros, jogada como se fosse um cachorrinho, foi a noite de sexta mais desesperadora da minha vida,de madrugada lá eu ouvia choros, lamentos, tosses, convulções, ais de todos os tipos, nos dias que se passaram eu vía tanta gente entrando, tanta gente saindo de maca com um lençol jogado por cima para não assustar tanto os outros internados, pessoas morrendo ao lado da maca da minha mãe, pessoas definhando até ficarem parecidas com uma caveirinha, enfim, descobri com todos os requintes de crueldade, que quem acha que é necessário morrer para ir ao inferno, está muito enganado.
Até hoje, ainda acordo assustada, ouvindo gritos, lamentos,ais, desespero e coisas do gênero.
Ver minha mãe naquela situação, sem vida, parando de comer, olhando fixo pra um ponto, praticamente em choque, foi o fim pra mim. Naquelemomento achei que minha iria embora e tudo o que eu pude pedir à Deus foi que ela tivesseuma passagem sem sofrimentos, mas... Ela não me deixou!
Conseguiram uma transferência para a UTI de um hospital particular em Ceilância e lá ela só melhorou e agora estamos em casa!
E agora, nesses 15 dias em que ela está em casa comigo, só consigo pedir à Deus que a conceda a cada dia saúde e saúde, e é claro, só posso agradecer por uma graça tão suprema!