domingo, 27 de março de 2011

Minha mãe


De noite a solidão vem me assaltar
De noite canto mais alto pra não chorar
De dia a saudade quer me acordar mais cedo
Mas quem me conhece aprende a me esperar

Eu nasci de noite filha de uma estrela
A sereia canta só pra me ninar
Eu cresci na noite como a lua cheia
Afastando nuvem pra te iluminar

Água de cheiro pra Iemanjá
A onda vai pra depois voltar
Larguei meus sonhos em alto mar
Quem me conhece aprende a me esperar
Larguei meus sonhos em alto mar
Meu peso em ouro pra quem achar

Luiza Posse

quarta-feira, 2 de março de 2011

Minha mãe...


Quando eu era criança minha mãe sempre me deixava dormir do lado da cama que ficava encostado na parede.
Ela sempre me deixava ficar acordada até tarde, mesmo sabendo que eu iria acordar cedo pra ir pra escola no dia seguinte.
Minha mãe sempre me deixava comer um monte de besteiras, e até comia comigo, quando eu oferecia!
Minha mãe às vezes me deixava louca com tanto falatório!
Ela me deixava o cartão do banco cedinho pra eu tirar o dnheirinho dela todo mês...
Minha mãe deixava as rações dos cachorros sempre arrumadinhas, e nunca lhes faltava nada!
Ela não me deixava tomar banho sem dar batidinhas na janelado banheiro e eu subir no banco pra conversar com ela da janela...
Mas domingo, às vinte e três horas e cinco minutos, esse verbo deixou de ter objeto, pois nessa data, 27/02/2011, ela simplesmente me deixou...