terça-feira, 20 de abril de 2010

Outrora...


Hoje amanhecí cantarolando uma música que eu gostava muuuito lá no meu passado... Aquele passado abissal que a gente esconde e tem vergonha, e que não conta pra ninguém, e que quando conta, é pq confia muito nessa pessoa...Pois é, e hoje eu acordei com a música na cabeça, e lembrei que gostava infinitamente dela!! Aqui vai um pedacinho:

"Adeus
É a palavra que a gente tem medo de usar
Eu não vou te dizer que não vou mais voltar
Só estou te dizendo que to indo embora."

Então... e com esse trechinho de música antiiiiga, de uma vertente musical que hoje eu acho um tanto quanto duvidosa, apesar de que no meu íntimo, eu ainda continuar sendo um tantinho eclética, com essa música me lembrei também de como eu vivia e ás vezes me dá uma saudaaaade...
Mesmo que as coisas fossem difíceis com relação à grana, mesmo que eu com tão pouca idade fosse obrigada a cuidar da casa, mesmo segurando firme a barra das mudanças de humor repentinas e constantes da minha mãe bipolar, mesmo estudando num colégio péssimo e de má qualidade enquanto sentia uma pontinha de inveja das minha primas que sempre tivervam a melhor educação que os pais poderiam dar (não estou lamentando nada, pois minha mãe fez o que pôde e acho que ela não se saiu tão mal assim com a minha criação, pois me considero uma pessoa legal!), mesmo com tudo isso, eu era feliz... e naquela época e com aquela idade, a felicidade depende de tão pouco... Não estou com isso querendo dizer que hoje eu não seja feliz, de maneira nenhuma, mas lá naquela época, a felicidade era mais fácil, mais simples, mais "limpa", e estou certa de que era pura e simplesmente pq eu era criança...
Eu, como Casimiro de Abreu também tenho saudades dos meus oito anos, e como ele, eu sei que a inocência e o "não saber das coisas" é do que tenho mais saudade.
Hoje concordo plenamente com uma citação de sei-lá-quem que diz que a ignorância é uma bênção! E como é!!! Naquela época eu simplesmnte ignorava as dores da alma e do mundo, nem fazia idéia das cobranças, tristezas e sofrimentos da vida adulta, e achava que eu me casaria com um homem lindo e cabeludo, teria uma menininha linda de belos olhos azuis, cabelos cor de mel e de bochechas rosadas, e simplesmente seria feliz para sempre... O famoso sonho encantado das crianças...
Mas o que nunca ninguém me contou é que esse "ser feliz pra sempre" implica em estudar muito, ter uma profissão,gostar dessa profissão,pra que vc possa exercê-la bem e não ficar louca, desiludida, ou algo assim. também ninguém nunca me contou que casamentos de contos de fadas não existem, que os homens cabeludos impreterívelmente vão ficar carecas um dia, vão se tornar petulantes e grosseiros até o dia em que vc não aguentar mais e se separar, que a linda filha perfeita vai crescer e que um dia vai embora e nesse meio tempo ela vai se tornar uma adolescente, no que implica que ela vai te odiar em algum momento da vida!!
É meu bem...

"Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"
Casimiro de Abreu

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo sem sombras de duvidas contigo.. E a proposito, vc realmente escreve beem.. qdo crescer qro escrever assim *-*
Beeeeeijo Juh

Ariadne disse...

nhaaa.. sua linda!!! Titia te ama, princesinha!!!